quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Perda

"... quando eu não estiver por perto
cante aquela música que a gente ria
é tudo que eu cantaria
e quando eu for embora você cantará"
"Estrelas", de Oswaldo Montenegro

Essas palavras nos trazem a idéia de perda, de algo definitivo. Mas podem também nos falar de saudade, de falta, de ausência, algo passageiro. A perda pressupõe a impossibilidade de recuperar o que distanciou, e a saudade traduz esse sentimento de perda. A ausência é a falta temporária de
algo ou alguém que gostaríamos de manter ao nosso lado por mais tempo. Pode ser uma pessoa querida, uma época agradável ou mesmo um lugar especial, algo que está longe, que nos deixou a saudade como companheira mas deixou também o consolo de ser possível a reaproximação.

Mas será que a distância pode nos separar de quem amamos? Ou nossos sentimentos não são suficientemente fortes para nos manter em contato?

Nossas afeições representam a ligação entre a nossa verdadeira natureza e o eu mais íntimo daqueles que nos rodeiam e, se esse laço for forte o
bastante, estaremos sempre próximos, ao menos em pensamento. Essas ligações afetivas definitivamente não dependem de proximidade para serem
estreitadas. Só é preciso que se queira bem ao outro, que se deseje o melhor, que se pense nele com carinho.

Se realmente quisermos estar com alguém, em pensamento e em sentimento, já estaremos lá. Na verdade, a solidão não é determinada pela ausência dos outros em nossa vida, mas pela nossa falta para os outros. Só seremos solitários quando esquecermos como é gostar, quando nos fecharmos ao
convívio, quando perdermos a esperança do reencontro. Só estaremos realmente sós quando nossos corações não souberem mais como se encontrar.

Poderemos até estar longe, fora do alcance dos sentidos físicos, mas o afeto nos aproxima.

Para o Coração, para o Amor, longe é um lugar que não existe!

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